terça-feira, 31 de março de 2015

Darwin quebra o espelho da criação



Até que ponto uma verdade científica pode abalar nossas convicções morais?  Eis o mote da conversa após a sessão do filme Criação (Creation - Reino Unido, 2009), de Jon Amiel, que o professor do departamento de Filosofia da UFF Fernando José Fagundes Ribeiro, convidado do Ciência em Foco, abordará na palestra: Ciência e moral: o caso Darwin.

A apresentação do filme sábado, dia 4 de abril, às 16h, no cineclube da Casa da Ciência da UFRJ, permite refletir sobre o conflito de ideias vivenciado pelo cientista inglês Charles Darwin, em meados do século XIX, no período que antecedeu o lançamento do livro “A origem das espécies”, diante de uma sociedade “puritana”, repleta de dogmas religiosos.

O diretor Jon Amiel acentua esse drama de consciência que exaspera Darwin (representado pelo ator Paul Bettany) em sua vida em família, com sua devota esposa Emma (Jennifer Connelly) e sua filha Annie (Martha West), de apenas 10 anos.  Como observa o professor Fernando Ribeiro: Darwin, “ao postular um tronco comum a partir do qual derivariam as diferenças específicas (a hipótese da evolução), rompeu com a representação ordinária "narcísica" que o homem tem de si e de seu lugar na natureza.” A hipótese criacionista, defendida pela Igreja é questionada e, com ela, a existência de Deus.

Vale destacar que o filme Criação foi baseado no livro Annies’s Box, escrito pelo tataraneto de Darwin, Randal Keynes, ambientalista que integra o conselho diretor da Charles Darwin Foundation e que em 2008 esteve no Brasil participando ativamente do lançamento do projeto “Caminhos de Darwin”, coordenado pela Casa da Ciência da UFRJ.

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