quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

A vida, a arte, o tempo e seus feitiços



No sábado dia 1º de fevereiro, o Ciência em Foco inaugurou a temporada de 2014 em grande estilo. Um auditório lotado acompanhou a exibição do filme Feitiço do tempo, de Harold Ramis, seguido da palestra Do Tempo, o que se diz?, ministrada pelo poeta e matemático Ricardo Kubrusly, doutor em Ciências pela University of Texas, Austin, e professor titular do Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia da UFRJ (HCTE/UFRJ). Kubrusly evocou a figura de Zenão de Eleia para pontuar uma conversa sobre o tempo, tema evocado pela sessão, que aconteceu bem na véspera do Dia da Marmota - o curioso feriado mostrado no filme, comemorado em algumas cidades da América do Norte.

Os paradoxos apresentados por Zenão, como a corrida entre Aquiles e a tartaruga, discutem o tempo associado à ilusão de movimento. Logo, eles serviram de metáfora à condição do personagem principal do filme, que vivia repetidas vezes o mesmo dia. A repetição dos elementos de seu cotidiano, no entanto, nos fornece indícios para pensar a própria vida, imersa no tempo, como um cenário inescapável. Para compreender o tempo, os esforços da ciência estarão sempre em defasagem em relação às vivências, as memórias e as experiências da vida das pessoas. Kubrusly também comentou o papel importante da arte no jogo das repetições. Caminhando (sem sair do lugar, diga-se de passagem!) de Zenão até o advento do cinema, acabamos por perceber que o próprio cinema não deixa de ser uma forma moderna de ilusão do movimento, transformada em arte. É pela arte, enfim, que podemos desafiar nossa condição mortal e criar, dar sentido à vida, para além da repetição.

E por falar em arte, a nossa próxima sessão - que acontece apenas no dia 5 de abril devido aos feriados do Carnaval - trará um filme e uma palestra que partem das artes plásticas. Será exibido o filme O moinho e a cruz (Bruegel, le moulin et la croix - Suécia/Polônia, 2010), de Lech Majewski. Teremos a honra e a alegria de contar, como nossa convidada do mês, com Carlinda Nuñez, doutora em Ciência da Literatura pela UFRJ, com pós-doutorado na Universidade de Freiburg, Alemanha. Ela é professora do PPGL-UERJ, onde coordena o Mestrado em Teoria da Literatura e Literatura Comparada. Ela ministrará a palestra Com quantos frames se faz uma tela? O paradoxo das histórias pintadas e da pintura em movimento. Uma sessão imperdível. Fique ligado no blog, no perfil da Casa da Ciência no Facebook e no Twitter para maiores informações. Caso ainda não receba nossa divulgação, é só assinar a nossa mala-direta eletrônica enviando um email para cienciaemfoco@casadaciencia.ufrj.br . Até abril!!



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